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  • Foto do escritorRedação

Os homens que se interessavam demais pela VAGINA!

 

“Por que as sociedades alimentaram uma relação tão esquizofrênica com a vagina ao longo dos séculos?” - autora: Liv Strömquist.


O livro “A origem do mundo: Uma história cultural da vagina ou a vulva Vs. O” – Autora: Liv Strömquist, demonstra com humor ácido como por séculos homens se importavam demais com a genitálias femininas e como esse excesso de “interesse” criou tabus, fez com que diversas mulheres fossem tratadas como loucas por terem mais desejos sexuais do que homens, além de milhares de mutilações de vaginas pelos mais variados motivos: tamanho dos lábios, desejo em excesso por sexo ou a menos e entre esses motivos a MASTURBAÇÃO FEMININA.

"Os homens que se interessaram, se interessam DEMAIS por aquilo que se costuma chamar de "genitália feminina" causaram problemas ENORMES na sociedade! Assim como Colombo ficava insistindo em batizar um monte de países sul-americanos em homenagem a si mesmo e seus colegas, existe, muitos meios, uma ENERGIA EXAGERADA focada em colonizar - com diversos métodos - o corpo feminino até o último cantinho escuro e úmido!" - trecho do livro página 6.


Pela falta de orientação sexual, é comum encontrar mulheres que acham que as únicas formas de obter o prazer é apenas com o outro e somente pela penetração ou que apenas o clitóri pode ser estimulado e proporcionar prazeres. Porém, esse é um dos maiores tabus, a vagina possuí diversas partes que podem ser estimuladas.

Um exemplo de um homem que se interessava demais pela genitálias femininas era o John Harvey Kellogg (1852-1943), o então criador dos sucrilhos, também era médico e dedicava seu tempo e grande interesse em IMPEDIR que as mulheres se TOCASSEM.

"Kellogg escreveu livros de educação em saúde, defendendo a ideia de que a masturbação feminina causava câncer cervical, epilepsia, loucura, bem como debilidade física e mental em geral" - trecho do livro, página 8.


Em entrevista a ginecologista Alessandra Mozzi (verificar sobrenome), relata que “à masturbação feminina está relacionada com a educação sexual, é comum meninas começarem se tocar e descobrir formas de prazer sozinhas ainda crianças”.

Mas em uma sociedade patriarcal, onde mulheres deveriam casar virgem e homens quanto mais transassem mais provavam sua masculinidade, surgiram repressões de diversas formas, não apenas por pais, mas também pela igreja, escola, meios sociais.

E o segundo exemplo de homens que se interessavam demais pela VAGINA, é o Dr. Isaac Baker- Brown (1811- 1873). O então renomado doutor "era um fervoroso opositor da masturbação feminina. Seu método para impedir as mulheres de se masturbarem era simplesmente a REMOÇÃO CIRÚRGICA do clitóris", tal atrocidade era aceito socialmente e praticada por vários médicos.

Se o ato da masturbação é fundamental para saúde do homem, por quê com as mulheres seria diferente? O toque é um ato extremamente intimo da mulher com seu corpo que possuem benefícios como prevenir incontinência, diminuir a intensidade das cólicas, ajudam a aliviar o estresse.

Emy (Nome fictício), tem 25 anos e relata como a masturbação sempre foi um processo natural para ela: “Eu comecei a me masturbar muito cedo, acredito que eu tinha entre 4 a 6 anos, lembro claramente de me tocar imaginando pessoas se beijando ou assistindo cenas de filmes mais românticas. Obvio que eu não entendia o que eu estava fazendo, mas eu sabia que era bom e sentia medo que alguém descobrisse, o que nunca ocorreu, então nunca fui reprimida”, relatou. A entrevistada preferiu manter sua identidade anônima, pois tem medo de ser reconhecida e sofrer discriminações.

“A humanidade sempre teve medo de mulheres que voam. Sejam elas bruxas, sejam elas livres!” – autora desconhecida.

Após Emy mencionar que tinha receio em ser identificada, foi questionado como foi o seu processo de criação e como elas influenciaram sexualmente e a resposta foi surpreendente: “Tive uma criação que julgo diferente da criação das mulheres no geral! Nunca ninguém me falou que eu teria que casar virgem, não me falaram que menina tem que ser mocinha inocente, nunca me estabeleceram nenhuma limitação quanto isso. Então, eu cresci “livre” na medida do possível. A masturbação sempre foi algo natural, prazeroso, eu procurava objetos que pudessem me ajudar a me satisfazer, eu gostava de descobrir formas novas, me sentia bem em me masturbar. Aos 12 anos, eu e minha tia tivemos uma conversa aberta sobre sexo, ela me estimulou a fazer, mas fazer de forma que não colocasse minha saúde em risco, me alertou para usar anticoncepcionais”.

Em pleno século XXI, algumas mulheres ainda se sentem reprimidas ao procurar formas menos conservadoras de sentir prazer, isso é consequência do patriarcado que possui raízes profundas na sociedade atual. A religiosidade é um fator relevante para essa intimidação em relação ao sexo. Religiões menos flexíveis costumam ser extremamente conservadores. Antigamente, mulheres acreditavam que não deveriam sentir prazer durante o coito, o papel a ser exercido seria apenas o da reprodução.

Um exemplo desse sistema impositivo seriam as jovens inibidas, como a pesquisadora de mídia, Mayene Correia. Confira a declaração: https://soundcloud.com/paloma-silva-9/mayenecorreiasemtabu


"Estou no meio de um processo mental. Estou temporariamente em contato com uma dessas doideiras hippies. Preciso ficar mergulhada nesse banho profundo de sangue e pensar na morte por uns cem anos. Bela Adormecida!!! Sangrando e ainda quente, a borda vermelha-escura da cerca viva de roseiras circunda sua época ginasial de silêncio sepulcral, onde brotam rostos tímidos feito flores rubras. Bela adormecida!!! Não tenha medo!" trecho do livro, página 137.



Paloma Silva


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