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A face exótica da fotografia

Atualizado: 6 de out. de 2018

Por Mayene Correia


A essência feminina corre com mais fervor e com mais liberdade no século XXI. As maneiras de autovalorização são variadas e batem de frente com o patriarcado extenso de milhares de anos.


Jovens promissores encontram formas exóticas de demonstrar a liberdade de suas vidas, seus corpos, suas paixões. Dia após dia manifestações artísticas pipocam com uma frequência impressionante. A arte está presente! E uma das suas vertentes mais promissoras, uma mania absurda da nossa geração, é a fotografia.


Fotógrafos são, na sua maioria, artistas expressivos e sensíveis. Criam obras de arte com compromisso e possuem um estilo que muitas vezes tem uma influência enorme do realismo. Uma das categorias da fotografia que vem se tornando popularmente apreciada é o ensaio sensual.


As pessoas costumam ter uma forte opinião a respeito de fotografias sensuais, mas isso se deve ao pré-julgamento de vulgaridade que inundou a todos quando o assunto é o envolvimento da foto e do nu. Fotos com nudez antigamente serviam apenas para entretenimento da luxuria masculina, mas fotografias artísticas não poderiam estar mais distantes dessa realidade.


A fotografia sensual tem se mostrado um segmento promissor, e está atraindo mulheres com todo tipo de características – e não só os estereótipos de revistas masculinas. O singular, aliás, é um atrativo que vem tornando um chamariz para esse tipo de trabalho.


A fotógrafa Bianca Zanette (@biancazfoto_liberte), vem realizando um trabalho que busca exaltar mulheres reais. O estilo Liberté, como é chamado por ela os ensaios, vem atraindo olhares curiosos e mulheres interessadas com uma frequência admirável. O principal foco da fotógrafa seria o enaltecimento de corpos reais: “Eu acredito que todas nós temos nossas particularidades especiais: o sorriso, o olhar, uma parte do corpo da qual gostamos mais, e a fotografia vai exaltar esse ‘ponto alto’, para que elas possam identificar e usar isso a seu favor no dia a dia”.

Em uma pesquisa feita recentemente pelo Sexo em Pauta, foi observado que 81% das mulheres entrevistadas gostariam de fazer ensaios sensuais, dessas mulheres, a maioria respondeu que só não fez ainda porque tem vergonha das suas “imperfeições estéticas”, houve também respostas como “meu companheiro não aprovaria”.


Outro grande erro que as pessoas costumam cometer são confundir esses ensaios com uma conotação sexual deliberada, essa associação é resultado da construção de anos de patriarcado. Entretanto, segundo a Bianca, isso não tem relação com o trabalho que ela está realizando: “Acredito que se permitir ser fotografada exatamente como você é, é passar por cima dessa opinião formada. É mandar um sinal dizendo: não importa como meu corpo é, ele não me define, nem define o que eu posso ou não fazer”. O enfoque das fotos seria para a autovalorização da mulher real e seus atributos, que muitas vezes não são notados.


A maioria dos homens ao serem questionados para esse artigo informaram: “que dependendo das fotos, não veem problemas em suas mulheres serem fotografadas”, isso ressalta o pré-julgamento que está ligado diretamente as revistas eróticas de banca de jornal. David Bento, músico nas noites de São Paulo há 10 anos, diz que: “respeitaria integralmente a decisão da namorada, mas não se sentiria muito à vontade com isso”. É um pensamento que a maioria dos homens possuí, mas que vai contracorrente com os desejos femininos, segundo a pesquisa realizada.


Outro ponto da pesquisa foi o questionamento voltado para parte da autoestima, a resposta foi esmagadoramente positiva, a maioria diz que esses ensaios iriam causar uma maravilhosa sensação de autossatisfação. De acordo com a fotógrafa, a maior parte das modelos faz as fotos para agradar outras pessoas, mas com os resultados em mãos uma certa “magia” acontece e as clientes redescobrem uma beleza que ficou perdida na caótica vida dura que enfrentamos no dia a dia, e depois disso a opinião do cônjuge fica em – um quase esquecido – segundo plano. Houve também relatos de mulheres que assumiram, finalmente, o biquíni ao irem à praia e aceitaram seus corpos como são, tudo isso depois da sessão de clicks.



O nome Liberté, usado para os ensaios, é francês e significada liberdade. Foi estrategicamente usado pela fotógrafa, Bianca, para ressaltar a autonomia e a autoafirmação que a mulher precisa ter diante da padronização que é idealizada do corpo feminino.

Fotógrafas que foram inspiração/exemplos para esse texto:

Thaís Marin (@thaismarinphoto)

Bianca Zanette (@biancazfoto_liberte)




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