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Padrões de Beleza X Sexo

Atualizado: 17 de nov. de 2018

Insatisfação com o corpo atrapalha o prazer na hora da relação sexual


Por Bruna Soares


Atualmente, o Brasil lidera o ranking de intervenções plásticas íntimas. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, em 2016 foram realizadas cerca de 13 mil cirurgias estéticas vaginais. No entanto, este dado é apenas um dos fatores desencadeados pela cultura de “culto ao corpo” a que a sociedade está submetida. Com a internet e o alcance possibilitado pelas redes sociais, padrões de beleza e comparações são propagados a todo instante e, através destes ideais, acabam por ditar comportamentos.


Para o Coach de Sexualidade e Terapeuta Sexual Jivan Pramod, a ideia do “corpo perfeito” interfere, também, na hora da relação sexual e o sentimento de inadequação pessoal perdura até mesmo em relações onde imagina-se ter um maior nível de intimidade, como em casamentos. “A crença de que você precisa ter determinado peso, cabelo ou cor, tem alto impacto dentro das relações. Até mesmo casais que estão juntos há muito tempo se escondem atrás de roupas ou se proíbem de acender a luz. Não é incomum a gente escutar este tipo de relato, como casos de pessoas que, na hora da relação sexual, não se despem por completo”, explica Jivan.


No entanto, é possível perceber que este fator tem maior impacto sobre o público feminino. Carolina Berlato, estudante de jornalismo, acredita que há padrões de “corpo ideal” impostos para os homens, ainda assim, eles não são tão pressionados quanto as mulheres. Com apenas 20 anos, a jovem também faz parte do grupo de pessoas que não se sentem completamente à vontade com o próprio corpo na hora do sexo. “Mesmo em um relacionamento de mais de dois anos, marcado por extrema confiança, eu costumava me sentir muito desconfortável em tirar a roupa no momento da relação”, relata.


Embora a busca seja por omitir “defeitos” físicos, a falta de entrega do parceiro na hora do sexo afeta mais do que seus aspectos naturais. “A insegurança com o corpo por interferir, até mesmo, na performance da outra pessoa, mas não por uma condição em que o parceiro observe algo”, aponta o Coach. “Numa circunstância onde há falta de intimidade e vergonha do próprio corpo, a pessoa acaba proibindo o parceiro de poder ir além dentro da relação”, completa.


Para Carolina, sexo é um ato de confiança. “Você tem que se sentir extremamente confortável para ficar nua e deixar uma pessoa te tocar em lugares que você geralmente não toca ou não gosta.” Por este motivo, a estudante enfatiza que a insegurança pode atrapalhar no sexo e, para além disso, no relacionamento. “Na verdade, se sentir bem com o seu corpo e aceitar que você é linda, independentemente do padrão de beleza imposto pela sociedade, é um exercício diário que temos que fazer, porque sempre terá aquela imagem de alguém que você admira na sua cabeça sussurrando que você precisa emagrecer”, conclui.


A principal solução para livrar-se da insegurança, segundo Jivan, é o autoconhecimento. O profissional acredita que a aceitação pela própria forma é alcançada aos poucos e o primeiro passo é conhecer o corpo, seus estímulos e preferências. “O autoconhecimento passa por um processo em que primeiro a pessoa entende o que a faz bem e causa bem-estar e, num segundo momento, ela passa a entender o outro pelos aspectos sensoriais. Além disso, é importante haver uma cumplicidade entre os parceiros para que haja uma exploração mútua e, dessa forma, a relação aconteça naturalmente”, finaliza.


Confira a entrevista realizada com o Coach de Sexualidade Jivan Pramod na primeira edição do podcast Sexo em Pauta.

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